O Colecionador: radiografia de um amontoado de fracasso

O Colecionador: radiografia de um amontoado de fracasso

por Ciro Inácio Marcondes

Imagine que as principais experiência de sua vida – de suas namoradas/os aos seus empregos e lugares que conheceu – passem sempre pela sua coleção de quadrinhos. Ou sua coleção do que quer que seja: discos de vinil, obras de arte, bonecos, etc. Sua vida é mediada pela lógica inconsútil do colecionismo: todas suas memórias remetem a um quadrinho, todos os seus quadrinhos empregam alguma lembrança. Cada assinatura na folha de rosto de um livro te remete a um evento, as dedicatórias te conduzem a lágrimas há muito derramadas.

Há uma poesia nisso tudo, uma trágica poesia, que O Colecionador (Editora Hipotética), do roteirista Djeison Hoerlle, do ilustrador Dieferson Trindade e do colorista Juliano Dalben, procura examinar.

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3ª Feira Raio Laser - Quadrinhos Além! Feira com quadrinistas do DF e SP: 1º e 2 de novembro (Brasília)

3ª Feira Raio Laser - Quadrinhos Além! Feira com quadrinistas do DF e SP: 1º e 2 de novembro (Brasília)

Em 1º e 2 de novembro, sábado e domingo, de 12h às 19h, a área externa da Infinu, 506 Sul, Brasília, abriga a 3ª Feira Raio Laser – Quadrinhos Além. A programação conta com quadrinistas do Distrito Federal, expondo e vendendo suas HQs autorais, e ainda a presença da editora MMarte, de Goiânia (trazendo lançamentos), e da Oto Livraria, de Brasília, com HQs diversas à venda (comics, BDs, mangás, fumetti, quadrinhos brasileiros, etc), inclusive, publicações em promoção.

Em 2025, o evento chega com novidades: pela primeira vez, recebe convidados vindos de São Paulo: os quadrinistas veteranos Marcatti (www.instagram.com/marcatti_hq), que assina a ilustração da arte de divulgação da feira (e conhecido pelas capas de LPs da banda Ratos de Porão), e José Márcio Nicolosi (www.instagram.com/jmarcionicolosi), animador, responsável, por exemplo, pela série Mônica Toy.

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LASERCAST #85 - WERTHAM ESTAVA CERTO?

LASERCAST #85 - WERTHAM ESTAVA CERTO?

Em 1954 o psiquiatra Fredric Wertham publicou A Sedução do Inocente. Pouco depois disso foi criado o Comics Code Authority e o resto é história. A indústria dos quadrinhos nunca mais foi a mesma. Será mesmo? Que história é esta repetida aos mil ventos, por gente como você e eu, como se fossem favas contadas, como se não tivesse pormenores que pudessem ser questionados? Poderia o alemão Wertham, que virou sinônimo de arqui-inimigo dos quadrinhos tal qual um cientista maluco das histórias da era de prata, ter algum tipo de redenção? Poderíamos calibrar melhor sua participação no comic book scare que ocorreu nos anos 1950 nos Estados Unidos e acabou se estendendo ao resto do mundo?

São algumas destas perguntas que o histórico editor Rogério de Campos (atualmente à frente da Veneta) se propôs, após longa pesquisa, a investigar em seu recente ensaio O Segredo da Sedução do Inocente (Veneta, 2025). Nesse texto, Rogério procura pensar, em primeiro lugar, no verdadeiro papel de Wertham em uma caça às bruxas dos quadrinhos que já estava em andamento muito antes que o livro fosse publicado, perpetrada principalmente pelo fundamentalismo cristão. Em segundo lugar, Wertham pode ter deformado, alterado ou simplesmente inventado diversos dados em seu livro, mas o que de fato é injusto ou nocivo ali? Rogério acredita que o livro do psiquiatra pegou carona em uma onda já pronta para se surfar, e que algumas de suas proposições eram justas, como a ideia de se colocar classificação indicativa para quadrinhos.

O Segredo da Sedução do Inocente certamente não redime o equivocado best-seller de 1954, mas procura situá-lo em um contexto bem mais complexo, onde uma manobra feita pelas grandes editoras para controlar o mercado de HQs nos anos 1950 (encabeçada pela DC Comics) teria sido muito mais importante para a falência de editoras como a EC Comics do que o livro de Wertham. Curiosamente, algumas proposições e trabalhos de Wertham (como sua luta contra o racismo nas HQs e apoio a instituições psiquiátricas para a população negra) podem ser consideradas progressistas hoje em dia, e isso se estende ao exagero de violência na cultura pop de sua época.

Neste ótimo episódio do Lasercast, Rogério de Campos se junta a Bruno Porto, Ciro Marcondes e Marcão Maciel para levantar todos estes pontos e responder à famigerada pergunta: was Wertham right? (CIM)

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LASERCAST #84: RESENHÃO GERAL #14

LASERCAST #84: RESENHÃO GERAL #14

Em mais um episódio da série “Resenhão Geral”, os raiúkas selecionam uma boa quantidade de lançamentos e quadrinhos especiais para fazer aquele velho raio-x qualificado sobre gibis. Em ordem de resenhagem: “Dormindo Entre Cadáveres”, de Luís Moreira e Felipe Parucci (Comix Zone, 2025); “Coleção Crepax Vol. 2 - A Astronave Pirata e Outras Histórias”, de Guido Crepax (Pipoca e Nanquim, 2024); “História de Jerusalém: 4000 Anos da Cidade Sagrada em Quadrinhos”, de Vincent Lemire e Christophe Gaultier (Nemo, 2025); “Mestre Mottini por Rodrigo Rosa” (Figura, 2025) e “Resta Um”, de Jordan Crane (Alta Books - HQueria, 2025).

Participam do episódio: Marcão Maciel, Bruno Porto e Ciro I. Marcondes

Edição: Eder Freire.

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LASERCAST #83: RESENHÃO GERAL #13

LASERCAST #83: RESENHÃO GERAL #13

A equipe Raio se reúne mais uma vez para resenhar quadrinhos nacionais e internacionais. Neste décimo terceiro episódio do "Resenhão Geral", Raimundo Lima, Bruno Porto e Márcio Jr. se reúnem para dar dicas de leituras para as férias. Temos então: "Ourobouros", por Luckas Iohanathan; "Anarcoma", de Nazario; "Seek You, A Journey Through American Loneliness", de Kristen Radtke; "Baby Blues", de Bim Eriksson; e "Seth´s Dominion", documentário sobre o uadrinista Seth, diponível no youtube.

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LASERCAST #82 QUADRINISTAS ALÉM #4 RAFAEL SICA convidado especial RAFAEL SICA

LASERCAST #82  QUADRINISTAS ALÉM #4 RAFAEL SICA convidado especial RAFAEL SICA

Nosso convidado neste Lasercast é Rafael Sica, um dos mais incríveis quadrinistas em atividade no Brasil, dono de um traço personalíssimo e uma sensibilidade peculiar para falar muito sem utilizar palavras, abordando assuntos como solidão, desigualdade social e o estranhamento que é ser humano. No bate-papo, que contou com a participação de Márcio Jr., Marcão Maciel e Pedro Brandt (e edição de Eder Freire), Sica refaz sua trajetória, comenta influências e os sabores e dessabores de ser um desenhista no Brasil.

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